Tuesday, May 08, 2007

De volta à actividade

Timothy Garton Ash propõe seis linhas orientadoras para o futuro da construção europeia. A liberdade, a paz, a lei, a prosperidade, a diversidade e a solidariedade. Mas alguém levanta com razão o facto que isso faria o Canadá e a Nova Zelândia mais europeus que a Albânia.
Mais à frente: "What's your definition of Europe, geographic or idealistic, positive or negative, serious or whimsical?"

1ª pergunta - Como se define a Europa?

Ainda no seu texto, TGA lança a ideia da segunda pergunta. Perto do fim pode lêr-se: "Estes seis conceitos abstractos não vão suscitar a adesão popular e, muito menos, um grande entusiasmo. Tudo depende das personalidades, eventos e episódios que forem dando vida e côr a esta narrativa – e esses factores serão diferentes de lugar para lugar."
Em 2005 Tony Blair justifica perante o Parlamento Europeu o fracasso da constituição com: "
...the Constitution became merely the vehicle for the people to register a wider and deeper discontent with the state of affairs in Europe..."
Mas que relação é esta entre a Europa e os Europeus?

2ª pergunta - Quem define a Europa?

Como estas perguntas vêem sempre às mãos de três, já se adivinha a próxima.

3ª pergunta - Quando se define a Europa?

Isto para manter um argumento simples com três tópicos de reflexão. Este último no entanto parece-me ser o menos discutido. Se por um lado se invoca frequentemente a raíz histórica da UE para justificar a questão da identidade, raro é o apontamento sobre o surgimento da questão. Porque é que só agora surgiu a questão da identidade europeia? E crise? Como se encontra em crise um fenómeno que se desconhece?
A crise não será sobre a questão de fundo que é o aprofundamento da noção europeia. A crise é sobre a espuma que aparece em temas que, esses sim, são debatidos até à exaustão. O alargamento, a constituição, as políticas económicas, a PESC, entre outros. E a questão que surge imediatamente daqui, é: porquê discutir tópicos de construção europeia sem antes saber para que Europa queremos caminhar?

Todas as questões prendem-se umas às outras, mas parece-me existir um factor transversal a todas. Este factor atinge o calcanhar de aquiles da democracia, é a ideia de poder, ou de liderança que se busca no mecanismo que se inventou para o disseminar. Este ideal é alcançável com a organização de todos os seus participantes, entre cidadãos, estados e todos os tipos de instituições. Precisamos de uma Democracia na Europa que funcione, não nos trâmites habituais, com o sentimento nacionalista que sustenta o interesse individual, mas numa filosofia ainda não inventada que coloque o cidadão europeu em paz com a sua cultura nacional e continental. Esta deve ser a base Da Democracia na Europa.
A globalização precipita uma Europa que ainda aparece como brisa que agita a lezíria, ela responde à terceira pergunta e coloca as outras. Para quando uma Europa sólida? Para quando se impõe o desafio de existir um continente que se coloque em campo com os EUA, a China, a Índia, o Médio Oriente, África e a América do Sul e outras potências que se afirmam no plano internacional e na história do mundo. Não queremos ser uma das muitas civilizações perdidas, nem Portugal, nem a Europa.


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