Thursday, May 17, 2007

Público Informativo-Notícia 2007-05-17 17:59:00



Gordon Brown confirmado como sucessor de Tony Blair
Brown reuniu uma quase-unanimidade (313 votos de um total parcial de 352) entre os deputados trabalhistas no processo de nomeação de um novo líder do partido, depois de seis dias de campanha interna.

"Estou realmente honrado", disse Brown numa breve declaração em Londres, vendo nesta votação o sinal de um partido "verdadeiramente unido".

"Não há honra maior do que ser chamado a servir o nosso país", acrescentou.

Ainda que tenha sido declarado o candidato único, o processo de designação do líder do partido vai continuar até 24 de Junho. A 27 de Junho, Tony Blair abandonará o número 10 de Downing Street, anúncio feito a 10 de Maio.

No Reino Unido, o líder do partido maioritário na Câmara dos Comuns torna-se, automaticamente, primeiro-ministro.

Gordon Brown promete um novo estilo de governo

O actual ministro das Finanças prometeu hoje um novo estilo de governo para reconstruir a confiança num partido desmoralizado e impopular, depois de uma década de Tony Blair.

Brown disse que não vai anunciar nenhuma alteração nas relações entre Londres e Washington, apesar do descontentamento público relativamente ao apoio prestado por Blair a George W. Bush sobre o Iraque.

"Vou liderar um novo Governo com novas prioridades", disse Brown que quer restaurar a confiança pública nos políticos, ouvir e aprender e tornar a saúde e a educção as suas maiores prioridades.

O líder dos Conservadores, David Cameron, considera que a transição de Blair para Brown é "duvidosa". "Se Gordon Brown quer mesmo restaurar a confiança, deve dar ao povo a hipótese de votar nele numas eleições gerais".

Tuesday, May 08, 2007

De volta à actividade

Timothy Garton Ash propõe seis linhas orientadoras para o futuro da construção europeia. A liberdade, a paz, a lei, a prosperidade, a diversidade e a solidariedade. Mas alguém levanta com razão o facto que isso faria o Canadá e a Nova Zelândia mais europeus que a Albânia.
Mais à frente: "What's your definition of Europe, geographic or idealistic, positive or negative, serious or whimsical?"

1ª pergunta - Como se define a Europa?

Ainda no seu texto, TGA lança a ideia da segunda pergunta. Perto do fim pode lêr-se: "Estes seis conceitos abstractos não vão suscitar a adesão popular e, muito menos, um grande entusiasmo. Tudo depende das personalidades, eventos e episódios que forem dando vida e côr a esta narrativa – e esses factores serão diferentes de lugar para lugar."
Em 2005 Tony Blair justifica perante o Parlamento Europeu o fracasso da constituição com: "
...the Constitution became merely the vehicle for the people to register a wider and deeper discontent with the state of affairs in Europe..."
Mas que relação é esta entre a Europa e os Europeus?

2ª pergunta - Quem define a Europa?

Como estas perguntas vêem sempre às mãos de três, já se adivinha a próxima.

3ª pergunta - Quando se define a Europa?

Isto para manter um argumento simples com três tópicos de reflexão. Este último no entanto parece-me ser o menos discutido. Se por um lado se invoca frequentemente a raíz histórica da UE para justificar a questão da identidade, raro é o apontamento sobre o surgimento da questão. Porque é que só agora surgiu a questão da identidade europeia? E crise? Como se encontra em crise um fenómeno que se desconhece?
A crise não será sobre a questão de fundo que é o aprofundamento da noção europeia. A crise é sobre a espuma que aparece em temas que, esses sim, são debatidos até à exaustão. O alargamento, a constituição, as políticas económicas, a PESC, entre outros. E a questão que surge imediatamente daqui, é: porquê discutir tópicos de construção europeia sem antes saber para que Europa queremos caminhar?

Todas as questões prendem-se umas às outras, mas parece-me existir um factor transversal a todas. Este factor atinge o calcanhar de aquiles da democracia, é a ideia de poder, ou de liderança que se busca no mecanismo que se inventou para o disseminar. Este ideal é alcançável com a organização de todos os seus participantes, entre cidadãos, estados e todos os tipos de instituições. Precisamos de uma Democracia na Europa que funcione, não nos trâmites habituais, com o sentimento nacionalista que sustenta o interesse individual, mas numa filosofia ainda não inventada que coloque o cidadão europeu em paz com a sua cultura nacional e continental. Esta deve ser a base Da Democracia na Europa.
A globalização precipita uma Europa que ainda aparece como brisa que agita a lezíria, ela responde à terceira pergunta e coloca as outras. Para quando uma Europa sólida? Para quando se impõe o desafio de existir um continente que se coloque em campo com os EUA, a China, a Índia, o Médio Oriente, África e a América do Sul e outras potências que se afirmam no plano internacional e na história do mundo. Não queremos ser uma das muitas civilizações perdidas, nem Portugal, nem a Europa.